quinta-feira, 21 de junho de 2012

Sem Mais!

Que dançarina já não passou pela situação desagradável ao ser perguntada de forma maliciosa a respeito de sua dança, dos movimentos, da sua roupa? Ou ser questionada se seu marido, namorado, ficante ou afim aprovava tal prática? Que dançarina já não foi sabatinada para fazer este ou aquele movimento, sob olhares mais maldosos do que curiosos? É verdade, ainda há muita gente que não vê a dança do ventre como um estilo de dança, que vê dançarinas como se fossem odaliscas!

Mas será que essa depreciação não poderia ser um pouco culpa de suas próprias seguidoras? Quantas mulheres não vemos se colocando como objetos sexuais, deturpando toda a luta pela emancipação feminina, pela conquista de direitos às mulheres, trazendo a famigerada igualdade perante os homens para o campo puramente sexual, e não o social? Quantas mulheres literalmente se expõem como produtos de consumo, e pouco se importam em ser encaradas sem respeito?

Tais pensamentos também invadem a dança do ventre, uma área majoritariamente composta por mulheres, que para se promover lançam um apelo maior ao erotismo do que a cultura, usando seus estilos, corpos e principalmente figurinos para atrair um público mais interessado nas curvas das bailarinas do que na expressão da música, na sua interpretação.

E não sou só eu quem pensa que isso não deveria acontecer, vemos em blogs, em comunidades do orkut, em diversos relatos de bailarinas, a insatisfação de termos de ser constantemente comparadas a quem desvaloriza a própria arte, e como mesmo li pelas minhas andanças no Google: "Bailarina que sabe dançar não precisa de artifícios para chamar a atenção!". 

(BLOG DANÇA DO VENTRE BRASIL)

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