quarta-feira, 2 de maio de 2012

Capítulo V


por oquetemprahoje em 21/01/12

Foi uma viagem completamente fora do comum. Eu nunca tinha se quer pensado em estar ali. Conheci várias pessoas, mas quem me chamou a completa atenção foi um cara alto e muito forte. Completamente fora dos padrões que a sociedade dita como normais. Alargadores, tatuagens, sobrancelhas feitas e um cheiro que inundou todo o ambiente onde estávamos. Não tive coragem alguma de abordá-lo durante os segundos seguintes, mas sempre que podia, fitava meu olhar na direção dele na esperança de obter qualquer outra informação.
Assim que deu a hora de irmos para casa, recebemos a informação de que só sairíamos daquele lugar estranho juntos. Não sei por que cargas d’água ele atrasou o grupo só sei que minha atitude foi de ir até ele, pedir licença e puxa-lo pelo braço... A questão agora eram as apresentações formais e não pensei duas vezes antes de fazê-las. Já com o nome dele na mente, cheguei a minha nova casa cheia de orgulho por ter conseguido quebrar a barreira com aquele deus grego... Ou seria romano?! Whatever!
Dias se passaram e a cada vez que nos encontrávamos algo diferente acontecia. Não sei dizer o que ao certo, só sei que toda vez que estou na companhia dele me sinto segura como se já nos conhecêssemos há anos... Como se nossa cumplicidade fosse de anos e anos! Se há várias vidas, eu e ele estávamos juntos de alguma forma em todas elas.
Tudo estava sobre controle até o dia em que trocamos telefone e por obra do destino, ele me deu carona até em casa. No carro, conseguimos conversar e descobrirmos pontos em comuns. Quando cheguei a casa, sai do carro junto com a certeza de que poderia contar com ele em todo e qualquer momento.
No dia seguinte mandei uma simples mensagem de bom dia e a resposta saiu melhor do que eu imaginava. Mas o melhor de tudo ainda estaria por acontecer. Se passou a sexta, o sábado e no domingo o mundo resolveu cair na minha cabeça. Estava insuportável segurar sozinha. Mandei uma mensagem de socorro pra ele porque eu só pensei... nele. Para minha surpresa, ele ligou em imediato. Ficamos por quase 2h conversando. Quer dizer, ele me ouviu reclamar da vida, ele me ouviu chorar, ele me ouviu gritar, ele foi um cavalheiro. Desligamos na intenção de nos encontramos no dia seguinte. Dei a idéia de um almoço e ele só dizia que me daria colo. Depois de meses, seria a terceira noite tranqüila da minha “nova vida”.
O dia seguinte chegou todo lindo... Eu o encontraria e dividiria com ele todo peso das minhas dúvidas e perturbações. Quando o vi, só consegui pensar “Meu, ele está aqui para me apoiar, que massa!”. Cumprimentamos-nos e fomos almoçar. Uma conhecida minha interrompeu nosso bate papo para um oi rápido e se referiu a ele como meu namorado. Achei graça mas nenhum dos dois a corrigiu. Depois disso, voltamos ao meu divan particular. Após o almoço ouvi dele um calmo “Agora sou todo seu sem restrições”.
Compramos um sorvete pra mim e ele só pensava em... fumar! Descemos até o estacionamento, ficamos próximo ao carro dele. Continuei a reclamar da vida, tomando meu sorvete, ele fumando e me ouvindo pacientemente. Até a hora que ele me puxou para um abraço. Eu nunca me senti tão segura como naquele momento. Meu queixou sobre a clavícula dele, o cheiro bom sendo scaneado cada vez mais no subconsciente. Que estranho aquilo! Não sabia se agarrava mais ou se saia do abraço, mas resolvi sair quando senti que começaria chorar.
Resolvemos ir embora, cada qual para suas outras tarefas. Pagamos o estacionamento e entramos no carro. Ele voltou a dizer tudo aquilo d’eu poder contar com ele a todo momento, de poder ligar a qualquer hora e me pediu um abraço. Trocamos palavras amigáveis ao pé do ouvido até que nossos olhares se encontraram e um selinho aconteceu. Foi nesse momento que ele disse que não queria em hipótese alguma me confundir mais do que eu já estava mas que não podia mais segurar... Então um beijo aconteceu entre a gente. E outro, e outro, e outro e quando percebemos estávamos querendo muito mais. Nossas bocas no encontro mais perfeito do mundo. O beijo com gosto de morango com um delicado toque de nicotina. Que corpo mais gostoso ele tem. As mãos dele na minha cintura, no meu corpo... Envolvia-me cada vez mais naquele momento. O carro parecia pequeno apesar de tão espaçoso. Paradoxo infernal não? Depois de minutos intensos dentro do carro, saímos do shopping com uma sensação louca e saudável.
No dia seguinte nos encontramos. Tratamos-nos com maior cumplicidade e eu tive certeza que com ele, eu poderia contar mesmo quando em qualquer hora do dia! (...)

Rio, 21/1/2012   -   VirGom'

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